Não é segredo que muitas pessoas buscam formas alternativas de armazenamento de energia para substituir as atuais baterias de íons de lítio. E uma equipe de estudantes da Universidade de Drexel, nos EUA, encontrou no fim do ano passado uma maneira curiosa de inovar essa busca ao focar um material que não é nada desconhecido: a argila.
O grupo, liderado pelos doutorandos Michael Ghidiu e Maria Lukatskaya, revelou que é possível fabricar algo com as características de flexibilidade e maleabilidade da argila. Um aspecto fundamental é que obviamente o material seja capaz de conduzir eletricidade. E testes já mostraram sucesso!
A composição orgânica consiste numa mistura de partículas de carbeto de titânio (como molibdenita, ou o grafeno) e pode ter sua espessura reduzida com o auxílio de uma simples ferramenta de fazer massa de pastel. Como um filme condutor, essa argila — se fosse produzida em larga escala — seria capaz de revolucionar o processo da fabricação de materiais para produzir eletrodos de baterias.
A ideia é um tanto inusitada, mas já se provou eficaz. “Tenhamos em mente que esta é a primeira geração do material que estamos testando”, afirma Lukatskaya.
“Nós não fizemos nada para melhorar sua capacidade e, com 900 F/cm³, ele já está mostrando uma capacitância por unidade de volume maior do que a maioria dos outros materiais. Também estamos relatando que ele não perde nada de sua capacidade depois de 10 mil ciclos de carga/recarga, então estamos falando de um pedaço de argila muito especial.”
Outra característica interessante do material é que ele pode ser dissolvido como tinta e aplicado sobre qualquer superfície. Isso pode expandir ainda mais as possibilidades de uso em dispositivos de armazenamento de energia, ainda mais levando em consideração o potencial condutivo da descoberta.
Será que teremos o fim das baterias de íons de lítio em breve?
Fonte: Universidade de Drexel